Crônicas

Fazer projetos

       Todos nós fazemos projetos na vida. Adoramos projetar o futuro, estabelecer metas, considerar obstáculos e guardar dentro de nós o otimismo com o futuro. E o futuro é sempre uma folha em branco a ser preenchida de fato, porque ela já está prevista em nossa imaginação. Assim como gostamos de, nostalgicamente, pensar no passado, em outra perspectiva, mudando e imaginando o que poderia ter acontecido, o futuro também é uma imaginação a ser preenchida. A questão é que, no primeiro caso, já passados os anos, o passado é bem maior do que o futuro, enquanto, ainda jovens, nossos anos não se passaram e o futuro é que é bem maior.
        Devemos pensar pequeno ou pensar grande?
     O futuro deve ser guardado com a cautela, enquanto o passado podemos imaginar o que poderia ter sido, dando folga ao imaginável. No máximo, ele nos traz uma certa nostalgia, mas o tempo não volta, e, se voltasse, diante de um novo futuro grande e aberto, o que nós, certamente, faríamos? Levando, também, nossa inexperiência. Seríamos capazes de viver a vida futura como se fosse um páreo corrido e com todos os insiders necessários? Ou faríamos uma tremenda bagunça?
        Voltemos à questão do pensar pequeno e pensar grande.
       Quem poderia se tornar mais feliz? Aquele que pensa com modéstia ou aquele que pensa com grandeza? É claro que podemos pensar grande, mas, antes de tudo, saber que nossos passos não podem ser tão grandes como nossos sonhos. E os sonhos são como as nuvens, que mudam de aspecto e de lugar ao sabor dos ventos que sopram, contra ou a favor. Algumas vezes trazem tempestades, e nessas tempestades aprendemos a sobreviver e resguardar nossos sonhos para uma nova oportunidade.
        Sonhar, portanto, tem a ver com pensar grande, um grande espaço a ocupar. E pensar pequeno tem a ver com a realidade. E um jovem cheio de vida pensar com modéstia é uma velhice que se antecipa, antes do sonho se realizar. Qual a solução?
       Quantas vezes fomos impulsionados pelos nossos sonhos, a curiosidade da aventura em querer e conseguir e comemorar vitórias? Comemorar vitórias tem a ver com o compromisso que temos com a gente mesmo.
       Não se impeça de sonhar, mesmo que o seu futuro não seja mais tão longo assim. E também de pensar coisas pequenas. Pensando bem, o que impede um jovem de avançar nos seus sonhos é a falta de experiência, e com a experiência podemos evitar algumas pedras no caminho e utilizar os atalhos que a vida nos ensinou.
      Temos que procurar objetivos a atingir, projetar, pensar na frente. Se alguma coisa nos impede, física ou espiritualmente, pensar pequeno nos torna mais doentes, quando o que precisamos é esperar, porque a experiência nos ensina a agarrar o cavalo quando ele passa encilhado. Pensar grande é não perder as oportunidades, em qualquer idade.

Fonte da foto: Photo by Jo Szczepanska on Unsplash

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Nilson Lattari

Nilson Lattari é carioca, escritor, graduado em Literatura pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Gosta de escrever, principalmente, crônicas e artigos sobre comportamentos humanos, políticos ou sociais. É detentor de vários prêmios em Literatura

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