O arrependido, meu personagem de 2021
Claro, muitos de vocês já deduziram sobre quem eu resolvi falar. O personagem do ano de 2021, para mim.
Vivemos momentos turbulentos nos dois últimos anos. Uma confluência de horrores que culminaram em mais de seiscentos mil mortos. Não é pouca coisa e não dá para fazer pouco caso nem de uma morte, quanto mais de algo nessa magnitude.
Claro que a tragédia se abateu sobre o mundo, levando proporcionalmente para cada país, uma catástrofe. A luta da ciência para encontrar um remédio que debelasse a pandemia foi árdua, brava e provou o quanto de capacidade o homem possui para tentar dominar a natureza e, ao mesmo tempo, a sua extrema capacidade em desafiá-la. E ela responde do seu jeito duro mostrando quem, realmente, é quem manda.
E também, por muitas vezes, o homem foi desafiado e respondeu com a ciência. E durante os tempos muitos desafiaram e responderam com idiotices e negacionismos. Desde que o mundo é mundo, acredito.
Para aqueles que teimam em enfrentar a natureza, apregoando que o mais forte deve sobreviver, para criar uma raça pura e resistente, diria que é o começo do nosso fim. Por enquanto, o número dos que acreditam nessa forma de vida é pequeno. Teimosos lutando contra as evidências.
Vendo na perspectiva de Deus poderíamos dizer que o Altíssimo não gostou nada de ver seu filho associado às armas. Isso, por si só, seria uma maldição sobre o povo. Mas o povo como um todo não tem culpa. Afinal, qual a razão de punir todos pela insanidade de alguns?
Não, não creio em uma maldição, até porque o julgamento chega, como acreditam muitos, e a coisa vai ficar bem complicada para justificar.
Mas temos os arrependidos, sinceros ou não. Porque, se arrependidos de fato, nunca saberemos. Creio que há entre esses os frustrados porque um projeto que imaginavam não avançou. Quem sabe estão se guardando para um lance no futuro.
Olhemos o passado e ele não desmente quando mostra que uma turba de alucinados avança sobre o conhecimento, tentando mostrar que o seu “conhecimento” é melhor. A luta continua e será eterna, até que a morte nos separe da vida terrena e do nosso planeta.
Pesquisas eleitorais mostram que há uma resistência dentro desse grupo que se descola dos arrependidos. Que eles existam é natural. O problema é a quantidade. O que mostra o perigo que vivemos no mundo.
A luta vai continuar, somente esperando que os arrependidos não se arrependam do arrependimento. Podemos marchar separados, os arrependidos de um lado e os crentes na ciência de outro, mas golpear juntos, quando a sobrevivência de todos for a luta.
Fonte da foto: Photo by Marcos Paulo Prado on Unsplash
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