Opiniões

Política, coisa séria, huuuummmmm

     Uma afirmativa sobre política é que Política é coisa séria. Afinal, utilizando dos artifícios, ou das regras democráticas, qualquer cidadão brasileiro, não importando a cor, credo ou gênero pode concorrer a um cargo público para gerir leis e se propor a conduzir o bem público.
          Bonito, isso.
       As declarações de Martha Suplicy ao entrar para o PMDB, assim como outras figuras que pululam na política brasileira, nos permitem pensar que política é uma coisa tão séria, que as pessoas sérias ou não entram nela, ou quando entram são ofuscadas pela falta de seriedade, daquelas que não são sérias, ou se acreditam como.
        Gosto dos partidos, não das figuras, das pessoas, porque elas, as figuras, com suas declarações estapafúrdias, algumas vezes sem nexo, e algumas vezes criticadas sem nexo, revelam que os nossos políticos e suas declarações jogadas ao vento, como se não existissem público, assistência, plateia, sem nenhum compromisso com a coerência, fossem apenas parte de um enredo de se ter que falar alguma coisa. Mesmo que essas palavras sejam um repertório de indecências, indecorosidades, desrespeito para com a inteligência alheia.
        Afinal, administrar as coisas do alheio, inclusive obrigando o alheio a ouvir bobagens, não é para qualquer um, e não se incluem aí letrados de grande monta, mas, apenas, pessoas de bom senso, sérias.
        Partidos são bem-vindos, porque partidos têm uma ideologia interna e quem não quer obedecê-las peguem o rumo das suas casas, ou de outras menos aparelhadas, e os votos façam o mesmo.
        Quando um partido abriga nos seus quadros alguém que apenas tem a função de trazer votos, alguma coisa está errada, no partido, ou nos votos.
       Mas, aqui entre nós, o show deve continuar, e o debate eleitoral para a prefeitura de São Paulo promete ser muito engraçado: Datena, Russomano, Marcos Feliciano, João Dória JR, e agora… Martha Suplicy. E o Haddad tentando se equilibrar nas palavras como quem anda de bicicletas desviando dos caçadores de comunistas.
       Uma première em alto estilo para o debate de 2018, com Bolsonaro prometendo pena de morte e quem sabe novas sandices, guardadas em segredo de marketing, Marcos Feliciano, quem sabe de volta, o eterno Levy Fidelix e sua obsessão pelo órgão excretor, Alckmim e seu discurso de copo vazio, Lula, que não deveria voltar, e salvo pelo discurso de Ciro Gomes e as tiradas sempre interessantes de Luciana Genro.
        A coisa promete, deixou de ser séria para ser hilária, quem sabe atrai mais audiência?

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Nilson Lattari

Nilson Lattari é carioca, escritor, graduado em Literatura pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Gosta de escrever, principalmente, crônicas e artigos sobre comportamentos humanos, políticos ou sociais. É detentor de vários prêmios em Literatura

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