O jogador nr 1
O livro de Ernest Cline é um livro legal de se ler. Apesar de não entender nada e nunca ter jogado um videogame, e o livro trata disso, isso não foi suficiente para que não curtisse a história. O roteiro de um videogame é a jornada eletrônica do herói. É um livro de fôlego, no sentido da demanda de pesquisa que o autor fez (se é que fez sozinho, dada a lista de agradecimentos). É uma volta aos anos oitenta, a vida de adolescentes, sendo o livro ambientado em um futuro apocalíptico em 2045.
Exatamente a quantidade de informações e a forma como foi trabalhada transforma o livro em uma curiosidade. No papel inverso de preencher “gaps”, espaços, na História, onde a especulação permite inserir personagens e construir narrativas, Cline elabora uma história e usa toda a informação da cultura dos 80, música, vídeos, jogos, para procurar no meio das informações aquelas que podem suprir os argumentos da sua história.
O livro é um videogame pelo desenrolar das fases que o personagem tem que cumprir até chegar ao objetivo final, chegar a um poder que vai lhe permitir controlar um ambiente virtual onde as pessoas “vivem”, com seus avatares e coisas assim. O OASIS, como é chamado, é o mundo corporativo criado por um gênio da computação, que também é excêntrico (semelhanças?), que briga com um sócio (semelhanças?) que se retira para um exílio voluntário, em luta contra uma outra corporação que quer o domínio sobre o mundo real e o virtual.
O processo educacional proporcionado pelo sistema OASIS é visto mais como uma crítica ao comportamento do aluno do que a informação que ele recebe. O avatar do professor deve ser bem tranquilo porque a sala se comporta de maneira exemplar, devidamente controlada pelo sistema.
Os vilões e os mocinhos saem do mundo real e guerreiam no mundo virtual como personagens dos videogames. A falta de informação sobre os jogos eletrônicos, assim como não ter um conhecimento completo dos 80 não impede a leitura. Recomendo.
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