Função do medíocre
Há dois sentidos para o medíocre: o dicionarizado que significa aquele mediano, que está sempre no meio do caminho e o ridicularizado, o anão intelectual que o senso comum costuma carimbar como um idiota, um despreparado.
Assim o especulador nos mercados financeiros e comerciais, o medíocre tem um papel importante como um ponto de referência para aqueles que optam em debater com alguém em uma zona de conforto. E neste caso seria um medíocre de estimação que afaga o ego, ao contrário da distância para o considerado excelente porque pode afetá-lo.
O medíocre pode ser definido, seguindo a lógica do senso comum, como alguém abaixo dos excelentes e dos medianos (no caso do senso comum não é o medíocre a mediana). Um leve saber pode distanciar o medíocre dos outros. Inclusive os idiotas reais, aqueles que estão abaixo da mediana ou da mediocridade, o ridicularizam, pelo simples fato de não poder debater nem com eles. Logo, o medíocre é bombardeado por todos os lados.
Não existe melhor esconderijo para o observador criterioso do que vestir a capa da mediocridade. Visto como alguém comum, um reles observado, o medíocre desempenha o seu papel social: estabelecer o que está acima e abaixo dele.
No entanto, aqueles que vivem na zona de conforto, com um saber mediano, vê, na figura do medíocre, a sua tábua de salvação. Tudo que o medíocre fala não é levado em consideração; o medíocre é um simples ouvinte. Enquanto que os que estão abaixo dele o apupam, pelo simples fato de não entender nem a própria mediocridade, desta vez na interpretação do senso comum.
Como esconderijo, a mediocridade tem uma função de extrema importância. O fingimento é a melhor prova de excelência, escondida em uma falsa humildade. O observador silencioso, que finge estar aprendendo alguma coisa, logra alcançar a excelência, a despeito dos confortáveis e excelentes.
O que vive em uma zona de conforto inveja o excelente por sua dedicação, por sua determinação em atingir objetivos. O medíocre tem a exata noção do seu espaço, e procura a excelência sem fazer alarde. O medíocre é um insider despretensioso que pensa, exatamente, em si mesmo. Pouco se importando com os outros.
De uma visão mediana da sociedade e dos objetivos, o medíocre traça caminhos bem mais fáceis, favorecido pela espera, sem, necessariamente, buscar uma zona de conforto.
Os confortáveis vivem e mantém sob críticas aqueles que navegam na linha mediana da vida. Os excelentes enxergam somente os seus futuros, seus objetivos. A função do medíocre é desequilibrar essa balança. Enquanto os silenciosos, e considerados medíocres, vivem entre todos os níveis e angariam todo o conhecimento necessário para se tornarem excelentes. +
Origem da foto: Foto de Thibaut Lemmens na Unsplash
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