Coisas em comum: a diplomação do Aécio, a LRF e Bolsonaro

26/04/2015 Nilson Lattari

COISAS EM COMUM: A DIPLOMAÇÃO DO AÉCIO, A LRF E BOLSONARO

     Sim. O que poderia haver de comum entre as três coisas acima, aparentemente sem noção nenhuma? A primeira: a tentativa de diplomação do candidato não escolhido, Aécio Neves, com uma atropelada via tapetão, no melhor estilo do advogado do Fluminense, pode ser classificada de surreal. O que pode passar na cabeça de alguém que uma defesa dessas possa ter algum respaldo na Justiça?
     A segunda seria a outra tentativa de passar a lei de responsabilidade fiscal (LRF), dessa vez aquela dos clubes de futebol devedores do fisco, entalada no meio de outra que pedia a sanção presidencial para isenção de impostos de aerogeradores (aquela estranha plantação de marcas da Mercedes-Benz), responsável pela geração da energia eólica.
     A terceira seria as atitudes do deputado Bolsonaro, distribuindo impropérios e discursos de fundo preconceituoso contra os valores da sociedade, baseados no raciocínio dele e da sua claque de que política e falta de respeito são coisas parentes.
     Uma coisa há em comum no homem, desde a infância até a fase adulta: a transformação. Que deveria ser a do crescimento. Enquanto a criança tenta amadurecer o mais rápido possível, o adulto se aproxima da infantilização. O que há de comum é que as duas são artificiais: tanto o amadurecimento e a infantilização.
     Poderíamos colocar a tentativa da diplomação como o adulto que faz as vezes a birra da criança mimada que perdeu o brinquedo e causa um esperneio na vã tentativa de dobrar o adulto. A passagem esdrúxula da LRF como a do estudante que tenta ludibriar o professor na cola de uma prova. As atitudes (pensadas) do deputado, aquele colega que pratica bullying e se associa a uma patota para dobrar os outros, na base do grito e da pancadaria.
     Claro que poderíamos colocar o atual presidente do Vasco como aquele que se acha o dono da bola e pode determinar o rumo da partida.
     Enquanto isso a sociedade assiste o espetáculo de malucos, alguns aplaudindo e outros apoiando, como se essa infantilização, disfarçada no mau-caratismo dos adultos, na malcriação das crianças fizessem parte da normalidade.