O imparcial, meu personagem de 2015
Escolhi terminar o ano falando de um personagem, de um ator que foi crucial em todas as discussões nas redes sociais, febre do momento atual: o Imparcial.
O Imparcial tem conhecimento precário, ou conhecimento que esconde as mais terríveis considerações sobre o outro, vaga pelas temáticas políticas e sociais como o ser que está acima de tudo, e, como disse Raul Seixas, tem a opinião formada sobre tudo. Um ator que se define como o destruidor de tudo isto que está aí, porque nada presta, nada é suficiente, e todas as respostas, principalmente aquelas que entram em conflito com seus interesses ou seus grandes conhecimentos adquiridos de profundas reflexões interiores, elaboradas nos recônditos da forma de pensar, são as únicas soluções possíveis, na padronização do pensamento único, uniforme, equilibrado: o seu próprio.
Logo, pensando assim, o Imparcial não tem lado, o que o torna um ser peculiar, tendo em vista que se está contra tudo, deve estar em algum lugar, e ele sabe qual é, somente tem vergonha de dizer.
O Imparcial encerra uma conversa dizendo que é tudo ladrão e a mesma corja. O Imparcial não tem partido político, mas, coincidentemente, nunca é o da situação, a menos que seja o dele. O Imparcial não tem ideologia, é mais fácil para ele tachar de comunista, bolivariano ou recomendar uma viagem a Cuba, quando algum comentário lhe desagrada.
Ele viu muitas coisas e se decepcionou com o mundo, somente ele viu injustiças, somente ele vê o roubo.
O Imparcial tenta participar das discussões, logo não é tão imparcial assim, e posta memes críticos de alguém, logo não é tão imparcial assim, e, com certeza, não vota nulo, e deve sempre votar em alguém que tire aquele alguém que ele não gosta, mesmo que o alguém em que ele vota tenha uma biografia ruim. Porque o Imparcial quer limpar o país, um mundo sem polêmicas, onde tudo funciona, ao seu jeito.
O Imparcial: o que eles leem?
UM BOM 2016… PARA TODOS!
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